segunda-feira, 6 de maio de 2013

Quem tem medo de dizer sua cor/raça ?


Quem tem medo de dizer sua cor/raça ?



          O Estadão hoje (5/5/2013), na  parte “opinião” colocou um artigo criticando a politica do “quesito cor”  nos currículos dos pesquisadores. O  argumento central é que as políticas raciais acabariam com o ideal de um país  misturado, onde a cor dos indivíduos não deveria influenciar a vida dos mesmos. E optar por esta politica significaria  dividir o Brasil entre “raças”. Ora bolas? Os números de brancos e negros nas  universidades, nas mortes por policiais, nos cargos de poder já demonstraram  que o racialismo e o racismo já existem para além de qualquer política do  Estado. A raça como categoria social já funciona no cotidiano de brancos enegros. Os brancos pelos privilégios que adquirem e os negros  pelos aviltamentos em seus direitos fundamentais.

           No artigo do Estadão o autor alega que “O resultado é que a sociedade estáagora legalmente dividida em negros e pardos de um lado e brancos de outro”  Aqui nos cabe  perguntar  honestamente  se é esta politica  que fez esta divisão ou o racismo arraigado em nossa sociedade?  Ainda como se não bastasse os privilégios  de 500 anos que os brancos adquiriram na sociedade Brasileira estruturada pelo escravismo e posteriormente  pelo racismo, quando há, por parte do Estado uma  atitude de se reparar tamanha injustiça e violência  a parte dominante de nossa sociedade (a opinião do estadão por exemplo é uma) atua condenando a luta  pela construção da identidade racial escolhida pelo Movimento Negro atual e enaltecem  a suposta “democracia racial” argumentos que sempre foram escolhidos, em sua  maioria, pelas elites intelectuais e políticas brasileiras como instrumento  ideológico, que desconstrói a luta por direitos iguais entre negros e brancos  na sociedade brasileira. Há neste discurso uma atuação para que nossa sociedade continue  privilegiando os brancos, não considerando que os negros possam existir  em relação de igualdade, em que brancose negros deixem a relação de dominação histórica de longa duração  de sujeito objeto e possam interagir  como sujeito-sujeito. 

              Neste sentido, o artigo do Estadão não passa de um instrumento  racista, pois continua querendo guardar os privilégios materiais e simbólicos  apenas para o grupo branco.  E ai, parece que ter medo de colocar a  cor na plataforma dos pesquisadores é tão somente uma expressão clara de medo de perder privilégios !
               Chega Brasil ! já foi o tempo que estas opiões faziam eco ... O Estado Brasileiro assumiu o Racismo desde a época do Fernando Henrique na conferencia de DURBAN em 2001. O Estadão não tem vergonha de negar isto ?


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