quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O caso Troy Davis



Hoje acordei com a sensação que vivemos em um mundo pior.  Para quem nao sabe, ontem a noite  Troy Davis  foi executado na Geórgia com injeção letal. Troy Davis foi um homem negro acusado de matar  um policial branco há  20 anos atrás no estado da Geórgia-E.U.A.  Nestes vinte anos  de prisão a corte americana nunca achou nenhuma prova certeira contra ele. E ele morreu  ontem a noite dizendo que era inocente.  Suas  ultimas palavras, cara cara à morte foram:
“The struggle for justice doesn't end with me. This struggle is for all the Troy Davises who came before me and all the ones who will come after me. I'm in good spirits and I'm prayerful and at peace. But I will not stop fighting until I've taken my last breath."  
 Fica dificil acreditar no ser humano quando ainda vimos que um estado opta pela pena de morte como solução para o próprio ser humano. E quando esta opção é vista como resolução de “justiça” e de “bem” Ainda quando há a possibilidade deste ser um inocente. E ainda quando o racismo provavelmente é a base para tal ato ! Muito triste hoje, ao mesmo tempo hoje acordei me prometendo continuar lutando (apesar do sentimento de impotência que estes casos nos fazem sentir) em nome de todos que já morreram por coisas que nem a palavra “absurdo” serve para nomear. E quando um ato promovido pela humanidade não encontra palavras para nomea-la é que  este chegou a um ponto que faz com que nenhum significado produzidos por mim até hoje possa explicá-lo. Hoje quando acordei só sobrou lagrimas, e a musica de Ray Charles de fundo.
Para quem quer saber mais ver aqui: aqui

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sobre a maior arma do mundo o "medo"

Neste video Mia Couto fala de forma fantastica sobre a arma que é o medo... Possivelmente morremos mais construindo os muros e muralhas do que com qualquer invasão.
Vale a pena ver:

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Homenagem de Homi Bhabha à Fanon de qualidade impecavél...


Para Fanon, tal mito do Homem e da Sociedade é fundamentalmente minado na situação colonial. A vida cotidiana exibe uma "constelação de delírio" que medeia as relações sociais normais de seus sujeitos: "O preto escravizado por sua inferioridade, o branco escravizado por sua falsa superioridade, ambos se comportam de acordo com uma orientação neurótica"




HOMI BHABHA em Interrogando a identidade.

domingo, 11 de setembro de 2011

Sobre a branquitude de Rodrigo Lombardi

Sobre o comentário de Rodrigo Lombardi.
Nesta ultima semana quase todos meus amigos me mandaram o vídeo em que o Rodrigo Lombardi ao falar de Sammy Jr diz que quando ele, um negro caolho de 1,50 ao entrar no palco saia com dois metros, loiro e de olhos claros.

  Quase todo mundo que me enviou o vídeo ataca pessoalmente de racista o ator. Neste sentido quem fez o vídeo entendeu bem a violência simbólica da fala do ator e pede que este se retrate em nome de desconstruir o racismo da nossa sociedade. E este, já é um ato e tanto, pois como sujeito, e sujeito publico que constrói opiniões em nossa sociedade é preciso que ele se responsabilize por estar perpetuando e legitimando o racismo de nossa sociedade. Além disto ele deve desculpas a todos que se sentiram ofendidos com sua fala . Ele é um sujeito social e deve se responsabilizar em quebrar este pacto narcisico entre brancos (Bento), ou então,  assumir as consequencias de ser racista. Contudo,  penso que atacar o ator é ainda o mais fácil a se fazer. Pois tenho a  triste certeza que o que ele disse é dito por muitos (brancos e negros) a todo tempo em nossa sociedade. Além dos atributos raciais o ator ao falar da “melhoria”do Sammy Jr também se refere a altura. Ou seja, aqui ele não diz apenas de padrões de beleza raciais , mas também  fala de  padrões ligado  a altura. O que o Rodrigo Lombardi fez foi ser um sujeito acrítico dos valores e significados da branquitude construídos pela nossa sociedade.  Por isto luto  e afirmo diariamente que o que deve ser combatido não é a brancura das peles dos sujeitos brancos, mas sim o lugar de poder que a  branquitude  tem nas sociedade ocidentais. Por exemplo, é difícil hoje em dia achar alguém que goste esteticamente de “baixinhos” ou de “gordos”. Isto não porque  os Altos e Magros fazem diariamente uma luta para  oprimir os baixos e gordos , mas sim porque todos estão em uma cultura que valorizam estes padrões. Assim os altos e magros diariamente obtêm privilégios simbólicos dos significados e padrões de beleza construídos em nossa sociedade.  Com o Racismo é bem pior, pois temos uma história de escravidão, opressão e  humilhação que é perpetuada e legitimada por uma sociedade racista até hoje. Assim brancos obtêm privilégios materiais e simbólicos de nossa cultura diariamente. No entanto, uma luta contra os sujeitos brancos não ajuda em nada nossa sociedade. Pois o combate deve recair sobre a estrutura e cultura racista. Assim penso que o que deve ser atacado diariamente são os valores da branquitude assim como os padrões de beleza que fazem com que o mesmo ator ache um “baixinho” alguém que não poderia ter a maestria de Sammy Jr.. Ou seja, é preciso pensar o poder da branquitude como princípio da circularidade ou transitoriedade (Foucault, 1999), compreendendo-o como uma rede na qual os sujeitos brancos estão consciente e inconscientemente exercendo-o em seu cotidiano por meio de pequenas técnicas, procedimentos, fenômenos e mecanismos que constituem efeitos específicos e locais de desigualdades raciais. Pensar o poder da identidade racial branca desta maneira também tem o intuito de retirar o olhar que aponta o racismo para cada sujeito em particular, como no caso do Rodrigo Lombardi e recolocá-lo para o entendimento de estruturas de poder sociais  em que estamos inseridos. Por isto penso que Rodrigo Lombardi foi sim racista, mas apenas mais um sujeito que se apropriou acriticamente dos valores da nossa sociedade que é racista e que estamos todos inseridos.  Enquanto estes valores que enaltecem os brancos e oprimem os negros nao forem combatidos através de políticas afirmativas que re-coloquem os signos e os sujeitos negros em posições positivadas estaremos sujeitos a ouvir milhares de Rodrigos Lombardis diariamente !

Pode-se dizer que, no Brasil, o branco tem desfrutado do privilégio de ver o negro, sem por este último ser visto. Nossa sociologia do negro até agora tem sido uma ilustração desse privilégio
(Alberto Guerreiro Ramos, 1957, 202)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Tenhamos Raiva !! Somalia pede Raiva para acabar com a fome

Em "O ronco da Cuica "João Bosco anuncia, é preciso raiva  para acabar com a fome ... a raiva e a fome são coisas dos home ...


Tenhamos Raiva !!



A raiva dá pra parar, pra interromper
A fome não dá pra interromper
A raiva e a fome é coisas dos home
A fome tem que ter raiva pra interromper
A raiva é a fome de interromper
A fome e a raiva é coisas dos home











"Quatro milhões de pessoas estão em crise na Somália, das quais 750 mil correm o risco de morrer nos próximos quatro meses se não houver uma resposta adequada. Dezenas de milhares de pessoas já morreram, a metade deles crianças", disse a FSNAU (Unidade de Análise de Nutrição e Segurança Alimentar da Somália), ligada à ONU.

O comunicado ressaltou que a crise continuará se expandindo caso o nível atual de ajuda humanitária ao país não melhore. A ONU estima que necessita de cerca de US$ 2,4 milhões para conter a crise alimentar no Chifre da África.
Feisal Omar/Reuters
Refugiados aguardam por alimentos na Somália, onde a ONU declarou sexta região em estado de fome
Refugiados aguardam por alimentos na Somália, onde a ONU declarou sexta região em estado de fome

A região de Bay, a última declarada em fome pela ONU, é controlada pelos insurgentes islamitas da Al Shebab, assim como grande parte do sul e do centro da Somália, e inclui sobretudo a cidade de Baidoa, uma das principais do país.

A Somália é o país mais afetado pela fome e pela seca que castiga a região, onde, de acordo com o órgão, cerca de 13 milhões de pessoas sofrem uma situação humanitária crítica.
O estado de fome responde a uma definição estrita da ONU: pelo menos 20% das residências confrontadas com uma grave penúria alimentar, 30% da população com desnutrição aguda e uma taxa de mortalidade diária de dois sobre 10 mil pessoas.