segunda-feira, 29 de agosto de 2011

quando os judeus e negros se juntam para tocar ! Abrahan Inc

Para ficar em paz com o que somos é preciso amar o que foi

Não sei como é para cada um, 
mas sei que para eu ficar em paz com o que sou tenho trabalhado muito para amar o que foi é preciso amar o que foi,  não porque foi bom,  mas porque foi  a sua história, e hoje é impossível muda-la.

E por isto, Pessoa: 

Eu amo tudo o que foi
Eu amo tudo o que foi, 
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói, 
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia. 

    Fernando Pessoa

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Sobre identidades, preconceito e racismo !


Tem vezes que da vontade de desistir ! mas vamos a luta ! 

                 Sobre identidades, preconceito e racismo !


Nesta semana fui  fazer uma fala sobre identidades raciais no Brasil para o projeto no qual estou trabalhando. O projeto é lindo se trata  de saúde da população negra. E uma das coisas importantes do projeto é sensibilizar os profissionais da saúde  para o racismo institucional dentro do SUS.  Minha  fala  foi sobre formação e construção de identidades. E  principalmente como se formam as  identidades brancas e negras  no Brasil .  Falei  muito dos privilégios da branquitude e  da importância  da construção  de uma identidade negra positivada  através da cultura, da luta anti-racista e de diversas formas que os sujeitos negros possam se identificar e construir negritudes que tragam conforto, sentimento de pertencimento, ou seja saúde psíquica.  Após a fala, no auditório  uma pergunta  foi direcionada a mim e era o seguinte: 

Lia, o que é mais importante construir  uma identidade negra positivada ou sensibilizar a população para o Racismo?  Respondi que os dois eram necessários,  construir  uma identidade positivada era necessário para a saúde psíquica da população negra, e  sensibilizar sobre o racismo era necessário para a população brasileira como um todo e principalmente para os brancos.  Nesta resposta dei um exemplo sobre identidade judaica, que  é algo que estudei  no mestrado, e ainda faz parte da minha construção como sujeito.  Disse que na época da segunda  guerra haviam judeus que se identificavam  com a cultura judaica de diversas  formas : afetividade, religião, tradição, ancestralidade, cultura e etc... E haviam também os judeus que  nao se identificavam com nada, eram judeus sem judaísmo, eram judeus  pelo simples fato de ter ancestrais que um dia foram ligado a esta tradição e que por isto carregam sobrenome judeus.  Para os judeus que tinham tradição judaica a identidade era algo importante, positiva e que dava lugar no mundo para estas pessoas, para aqueles que apenas carregam o nome ser judeu representava um fardo , representava ser perseguido,  e era algo que estes tinham vontade de deixar de ser , mas nao poderiam, nao tinham escolha, seus sobrenome e sua historia e principalmente o olhar externo e o anti-semitismo os classificavam assim.

Dei o exemplo acima e voltei a falar da importância da identidade negra positivada, pois  para aqueles que nao tem esta positividade ser negro é sofrer racismo, é  ser aviltado em sua constituição pela sociedade racista em que vivemos hoje no Brasil,  e por isto  o exemplo dos judeus  fazia sentido para pensarmos isto.

Quando acabou a fala e o debate  uma das pessoas que trabalham comigo, e que também luta pelo fim do preconceito de nossa sociedade me disse  que eu  nao deveria  ter dado o exemplo dos judeus, pois  os judeus eram hoje a comunidade mais racista do Brasil, e que ela havia lido isto em uma reportagem, e que alem disto os judeus tinham tanto horror aos negros que nem empregadas domesticas negras eles tinham.  Perguntei para ela se os judeus são tão racistas  o que é que eu LIA estava fazendo lá ?   Ela me respondeu que eu era  DIFERENTE.  Neste mesmo segundo entendi que as vezes a lógica da luta anti-racista serve para uns e nao para outros.  Uma das características maiores do preconceito e do preconceituoso é quando encontra alguém do grupo de que se tem preconceito é retira-lo do grupo dizendo que este é diferente, pois assim a pessoa pode continuar tendo preconceito contra o grupo, e aquele “exemplar”  que se “difere”fica salvo, assim como todos os preconceitos contra o grupo.   O mais triste  para mim foi perceber que a pessoa  que me disse isto  luta contra os estereótipos e preconceitos ligado ao seu grupo de pertença, mas  nao entendeu que para um mundo melhor os estereótipos ligado a todos os grupos devem desaparecer!  Nao adianta nada lutar contra os estereótipos de um e permanecer com os outros !! Enfim, depois de sair chorando de raiva , fazer analise e pensar em desistir resolvi sublimar o acontecimento escrevendo por aqui. 

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

MAM :: Exposições em cartaz

Projeto Parede

  • :: CadaVer
    14 JUL - 18 DEZ
Um desenho coletivo a ser realizado dia-a-dia por um artista diferente. Os 52 artistas do grupo cadaVer vão se revezar durante os 159 dias de duração com uma intervenção artística no corredor de acesso à sua Grande Sala.
Não há temática pré-estabelecida para o desenho, apenas o material a ser utilizado: canetas hidrográficas, a nanquim e para apagar. Isso porque os artistas, além de acrescentar novos traços ao desenho já criado, poderão apagar trechos já desenhados antes.
A ideia do novo Projeto Parede, que nunca apresentou um work in progress desde seu início, em 1996, é aproximar do público o trabalho de criação do artista. Qualquer espectador que comparecer ao MAM entre 14 de julho e dezembro terá a oportunidade de observar o artista em pleno processo de realização da obra, trazendo o ateliê para dentro do museu.
Blog: GrupoCadaVerArtistas do grupo CadaVer:
AnaPana André Érnica Andre Simmank Andréa Barbour Angela Barbour Caio Formiga Carola Trimano Chris Flaksbaum Claudhia Issa Claudio Matsuno Claudio Rocha Conrado Zanotto Cris Rocha Daniel Nogueira de Lima Diogo Machado Fabio Quaglio Flavia Mielnik Gilberto Vançan Jadde Flores James Kudo Kako  Kika Levy Laura Gorski Lia Vainer Schucman Lorenzo Leon Lucas Schlosinski Luciano Ogura Luis Felipe Machado Dib Magy Imoberdorf Manu Maltez Maraí Senkevics Maria Fernanda Filardi Ferreira Maria Valentina Matias Monteiro Maurício Parra Nathan Tyger Nicholas Petrus Nilson Sato Nina Kreis Paulo Queiroz Pedro Augusto Romero Malevini Pedro Almeida Farled Rafael Baravelli Regina Carmona Roberto Miura Rodrigo Lobo Sérgio A. Kal Thais Beltrame Tony de Marco Vadim Klokov Wilton Pedroso Yasmim Flores




Projeto Parede MAM 2011 - Coletivo CadaVer from amorarosafilmes on Vimeo.